Um dos grandes desafios para mim ao longo dos últimos anos foi aprender a gostar de mim, (às vezes ainda é).
De uma forma geral é mais fácil reconhecer o que não gostamos em nós, seja fisicamente, psicologicamente ou a nível de “feitio”e relacional. Imaginamos um ideal daquilo que gostaríamos de ser, muitas vezes influenciadas por aquilo que os outros esperam de nós e perante a enorme distância entre o perfeccionismo que idealizamos e a normalidade do que somos, desesperamos, amaldiçoamos e desacreditamos.
Sei hoje, que aceitar-me tal como sou foi meio caminho para aprender a amar-me e gostar de mim, trabalhando todos os dias para melhorar coisas que acredito que possam aumentar este amor-próprio. Tal como parar de me comparar ou desejar um ideal de perfeccionismo que apenas existe em redes sociais e filmes românticos da treta.
Lembro-me de ser adolescente e detestar-me. E não era apenas o corpo, era o todo. Achava que não conseguiria nunca corresponder àquilo que os outros gostariam que eu fosse. E ao longo dos anos fui alimentando esse bicho. Queria muito agradar, dizia que sim a maioria das vezes, pois tinha receio que ao dizer que não, deixassem de gostar aquele bocadinho de mim. Não me ouvia, sentia um aperto constante no peito, sempre com medo de falhar às expectativas, chorava às escondidas e houve até alturas em que achei que era melhor não estar neste mundo. Mas foi esta insatisfação que me levou a querer mais e melhor para mim, que me permitiu iniciar a descoberta deste caminho de desenvolvimento pessoal, de me perceber, de me conhecer. Tirar as cascas todas desta cebola e ir ao âmago de quem sou.
Aceitar a minha essência com o bom e o menos bom, reconhecer a minha história, as minhas vivências, os meus erros, como meus e parte daquilo que sou, responsabilizar-me pela minha vida, assumir o comando e decidir o rumo que queria dar a este filme.
Percebi que queixar-me e lamentar-me não resolvia nada, que dependia de mim pedir ajuda e fazer algo para mudar. Houve alturas que achei ser impossível, porque há momentos difíceis, há descobertas que doem, mas agora, olhando para trás, uno os pontos e tudo faz sentido. Sei que hoje me amo mais, porque passei por todos aqueles passos, porque tive pessoas ao meu lado que me deram a mão, que me questionaram, que me ampararam, que me permitiram ver com outros óculos a realidade e porque eu me permiti gostar de mim, afinal é comigo que tenho de viver e mais vale que esta relação comigo própria seja boa.
É nisto que vamos trabalhar no workshop de dia 3 e 4 de novembro, em Lisboa, na descoberta e melhoria da relação que temos connosco próprias e vai ser ótimo, tenho a certeza!
Se ainda não garantiste o teu lugar, apressa-te! Vai ser tão bom ter-te connosco neste fim-de-semana de partilha e descoberta.