Há alturas da nossa vida em que estamos insatisfeitos, queixamo-nos, resmungamos, dizemos que queremos mudar, mas acabamos por nos deixar ficar no conforto daquilo que se conhece, naquele comodismo que não mata mas mói e nos vai sugando aquela energia boa. Vamos ficando cinzentos, vamos andando.
Andei assim alguns anos. Até que decidi a pouco e pouco mudar. As mudanças não aconteceram todas de uma vez. Foram acontecendo. Primeiro a cuidar mais de mim, a incutir novos hábitos, a fazer coisas que me faziam sentir em equilíbrio. Depois comecei a aprender sobre mim, conheci-me melhor, consegui ouvir-me e foi então que a grande mudança se deu. Não falo da mudança de casa, de cidade, mas a mudança que ocorreu cá dentro. A mudança de casa, de cidade e de profissão foram apenas o resultado visível do que aconteceu no interior e que não tinha forma de ficar escondido.
Mudar implica reflexão, ponderação e coragem para avançar.
Acredito que quando a reflexão é feita de forma limpa, a ouvir e prestar atenção ao que realmente sentimos, conseguimos ouvir, sentir a decisão certa, fazer a ponderação acertada e agir, mesmo com medo.
Sei que quando uma mudança acontece alinhada com os nossos valores e princípios a mudança faz muito mais sentido.
E também sei que quando isso não acontece, mais cedo ou mais tarde a necessidade de mudar vai surgir novamente, tal como a tristeza, a desmotivação e cada dia vai parecendo mais cinzento.
Aprendi que este é um processo contínuo de crescimento e que assim será para sempre. É o maior compromisso que assumi comigo mesma, este de me ouvir, de agir alinhada com quem sou e seguir em frente mesmo com medos, receios e zumbidos ao meu lado.
E tu? Que grande mudança fizeste ou gostavas de fazer? O que impede? O que te move? Escreve nos comentários, que quero muito saber de ti, da tua história.