As primeiras idas à praia são sempre um misto de pânico com alegria. Alegria porque finalmente está sol e podemos voltar a calçar as havaianas e tirar os biquinis da gaveta e pânico porque o corpo está branquelas (ou então tem aquele bronze esquisito “à camionista” ganho naquela tarde de esplanada ou durante a corrida), a barriguinha, as coxas e o rabo ainda não estão tonificados como gostaríamos (será que alguma vez vão estar?) e depois de nos enchermos de coragem e irmos, pomos o pé na areia, assentamos arraiais, olhamos em volta e só conseguimos fixar o olhar naquelas jeitosas que não têm barriga, têm o rabo todo empinado, têm um bronze mete nojo e começamos lentamente a ficar encarquilhadas, com vontade de vestir uma túnica bem comprida e arrumar logo ali o assunto.
Amaldiçoamos a tablete de chocolate que despachámos na noite anterior, os petiscos do fim-de- semana e pensamos: “Bolas! Devia ter começado a preparar-me antes para isto!”
Esta mania de nos compararmos é tão má que dói (e destrói), é uma tortura.
Temos de contrariar essa tendência e:
1. Começar a valorizar aquilo que se tem – lembro-me de há uns anos numa destas primeiras idas à praia estar com esta conversa (ah e tal olha ali aquela boazona, com o rabo empinado e a barriguinha lisa), para um amigo, ao que ele me respondeu, mas as tuas pestanas são muito mais bonitas que as dela. é um pormenor, mas é uma coisa minha e tu com certeza também tens muitas coisas das quais te podes orgulhar: são as tuas mamas, o teu rabo, a tua barriga, as tuas pernas e são únicas, tal como tu! Por isso começa a olhar mais, apreciar mais, amar e agradecer cada coisa tua! Vais ver como redescobres mil razões para te apaixonares por ti!
2. Parar de stressar por aquilo que não se tem – somos todas diferentes, com características diferentes e não temos de ser todas iguais (graças a Deus!), por isso para quê stressar por teres as pernas mais gordas ou mais magras que a vizinha do lado, ou as mamas maiores ou mais pequenas, ou a barriga mais lisa ou irregular?
3. Focar mais em ti – naquilo que queres para ti, não por comparação, mas por genuína realização pessoal, para te sentires melhor contigo própria e não para agradar aos outros. Vais ver que a autoestima começa a aumentar e a confiança para enfrentar tudo o que te rodeia, também.
4. Viver mais – Mantém o foco em ti e permite-te viver mais, sem stress. “Desencuca”. Relativiza e vive. Faz o que te apetece e ignora o resto à tua volta. Se te apetece ir dar um mergulho vai, sem medo. Não fiques acanhada debaixo do chapéu com medo que vejam o teu dedo do pé torto. Sorri e sê feliz!
Parar com as comparações, valorizar-nos, sermos nós próprias na nossa essência e vamos ser tão mais felizes.