Será que conseguimos definir um conceito de perfeição? Afinal o que é ser perfeito e até que ponto isso é bom para nós?
E esta busca incessante pelo perfeccionismo das coisas, das relações, de padrões de beleza, dos filhos será realista?
A verdade é que o conceito de perfeição e perfeccionismo coloca-nos uma fasquia pouco realista e ilusória daquilo que devemos atingir para sermos bem sucedidos e tem implicações bastante nefastas no nosso bem-estar.
Acabamos por exigir de nós próprios e muitas vezes daqueles que nos rodeiam mais e mais, e por muito que façamos acabamos por nunca estar “satisfeitos” pois não alcançámos o “tal nível de perfeição”.
O pior é que ao contrário do que se possa pensar, ser perfeccionista ou procurar a perfeição tem impactos brutais na relação connosco próprios, na nossa auto-estima, pois coloca-nos sempre em situação de “fracasso”, diminuindo a nossa auto-confiança. Tentar ser perfeito é falhar todas as tentativas, é desvalorizar o que temos agora, é uma crueldade para connosco.
Causa-nos aquela sensação, ainda que inconsciente, que por mais que tenha, faça ou seja, nunca serei suficientemente bom profissional; companheiro/a; mãe/pai; filho/filha.
A perfeição existe em aceitarmos as pequenas grandes conquistas, em valorizarmos as pequenas coisas. Em aceitarmos a nossa normalidade com pontos fracos, pontos menos bons e pontos fortes. É olharmos de forma positiva os obstáculos que ainda não conseguimos ultrapassar como um desafio, deixando de lado comparações ou padrões idealistas e pouco razoáveis.
Comecemos por nos questionar sobre que vantagens/desvantagens temos em buscar a perfeição. Vejam o que vos é útil ou não. Olhem com racionalidade para a situação. Atrevam-se a dizer “sou suficiente!” E sabem que mais? Isso basta! Está ótimo e ter coragem de o fazer é de uma audácia do cacete!
Um beijo,
Mónica Duarte Ferreira – Coach